Falo sobre vários artistas da Pop
Art. As análises semióticas a seguir são minhas e não do livro-base de
Osterwold, minha referência bibliográfica.
Acima, Elvis Presley n. 1, têmpera e tinta sobre papel de jornal, de Ray
Johnson, 1955. Assim como Marilyn Monroe, Elvis é um dos maiores astros pop de
todos os tempos, e é inevitável que The Pelvis
exerça fascínio sobre artistas da Art Pop. Elvis marcou a aurora do Rock
and Roll, num gênero que tem como fonte o Jazz, o Country e o Blues – os EUA
são um caldeirão cultural, com muito a dever à cultura negra. O título da obra
sugere essa posição de campeão de popularidade e vendas de LPs e, já ouvi
dizer, Elvis foi à frente do seu próprio tempo, e só hoje o mundo o entende
plenamente – ele queria revolucionar, brilhar, transgredir, fabricar uma
identidade cultural americana. Podre de charmoso, enlouquecia as mulheres, as
quais berravam histéricas tentando chamar a sua atenção. Neste trabalho de Ray
Johnson, o contraste entre a foto em preto e branco com o vermelho vibrante,
como era a energia do astro no palco, tendo no sangue a americanidade
orgulhosa, muito sexy, com o cabelo de Elvis sendo imitado por rapazes em todo
o mundo. Seu olho parece ter sido arrancado como o foram os olhos de Édipo na
tragédia grega, proibindo-o de ver a própria mãe sedutora. Os quadrados rubros
são os formatos de embalagens quadradas de LPs, numa monstruosidade
mercadológica, significando muito dinheiro sendo gasto pelos fãs do astro.
Aqui, Elvis parece estar cansado, quiçá dormente, como Marte curva-se perante
Vênus (ou Jocasta) e adormece, submetendo a masculinidade aos cuidados da
feminilidade. Elvis era uma bomba atômica de carisma, e suas delicadas feições
faciais vendiam-no enlouquecidamente, na fabricação de um ídolo, um símbolo,
uma lenda sem precedentes. Parece aqui que o vermelho luta para colorir e
alegar a imagem monocromática, a qual é enfadonha e sisuda. Talvez o estrelato
tenha suas vicissitudes, e aqui o astro parece estar cansado e querendo um
pouco de paz e privacidade, algo difícil para as celebridades, as quais levam
uma vida de prisioneiros, pois não podem fazer tudo o que uma pessoa comum faz,
como frequentar certos lugares ou fazer coisas simples, como um piquenique no
Central Park em um bela manhã de verão. Uma certa pop star já disse que, antes
de ficar famosa, a pessoa não tem uma idéia completa de como será sua vida de
notoriedade e fama. E a cor vermelha é o calor de Elvis, cujo suor no palco só
o fazia mais charmoso, e seu cabelo desmanchava-se sensualmente enquanto
cantava a fãs eloquentes. O vermelho é o sangue de Elvis, numa linhagem que é
cultuada até hoje nos EUA, tendo na filha Lisa Marie Presley uma celebridade.
Elvis está certamente no mesmo nível de um Michael Jackson, num apelo mágico,
sedutor, irrefratável, mesmo para quem não faz parte de fãclubes. Elvis foi
citado no excelente filme Celebridades
de Woody Allen, e na película o Rei do Rock – como é chamado – é comparado aos
Beatles e a Jesus Cristo, ícones de superfama. Neste trabalho de Johnson, Elvis
está sutilmente curvando-se, aceitando a vida de astro, tendo consciência de
que tudo tem seu ônus. Elvis parece estar concordando com um mundo que o
assedia, como um Narciso embevecido com o próprio reflexo, prestes a se afogar
na água narcisista. O narcisismo das celebridades é observável, e o ego sedutor
acaba falando mais alto – ser o máximo, transando consigo mesmo. Não citarei
nomes, mas há vários exemplos de celebridades narcisistas, em qualquer área,
seja na Arte, seja na Política, seja no Esporte. O peso da coroa assoberba
Elvis, como um Cristo crucificado, ardendo dolorosamente em um momento de
sacrifício enorme – sacrifica-se a vida íntima em nome da vida pública, como um
Getúlio Vargas, o qual matou-se por não conseguir imaginar uma vida sem o poder
mundano. Convenhamos – Vargas era narcisista, pois uma pessoa feliz não se
suicida. Será que Elvis está feliz neste quadro? Ele não sorri, e a vida de
celebridade revela-se em toda a sua problemática. Só vemos um lado da face do
Rei, lado o qual é a vida pública. Elvis esconde a outra face, querendo reserva,
como uma Lady Diana, que amava brilhar midiaticamente mas que também odiava o
assédio desrespeitoso, na contradição estelar: amo-me e odeio-me. Fazendo certa
vez propaganda do Exército dos EUA, Elvis aparecia cantando em um vagão de trem
militar, como se o serviço bélico fosse só festa e prazer. Considerado sexy
demais, chegou a ser filmado só da cintura para cima, para evitar que os
americanos puritanos vissem sua cintura tremular, num apelo de conotação
sexual. Como eu já disse, a América ama as suas próprias contradições.
Acima, Single Elvis, ou seja, Único
Elvis ou Elvis Solteiro,
serigrafia sobre acrílico sobre tela de 1964, de Andy Warhol, outro astro único.
Aqui há um Elvis ator, participando de alguma película hollywoodiana. Ele está
numa posição agressiva, tensa, em guarda, prestes a disparar contra o inimigo.
Além do mais, ele ainda tem uma adaga presa na cintura, do modo como seu
rebolado agredia certos conservadorismos – é o poder revolucionário da Arte.
Altamente fotogênico, Elvis tinha ares de supermodelo. Suas pálpebras
emolduravam olhos mulherengos, conquistadores. Esta serigrafia de Warhol, o
qual foi metalinguisticamente o Elvis da Pop Art, é enorme, com mais de dois
metros de altura, agigantando um astro que foi um colosso por si só. O registro
em preto e branco é cru, masculino como um caubói de faroeste, um Clint Eastwood.
Elvis brilhava de muitos modos: Música, Dança, Cinema, entendendo que um astro
tem quer ser multimídia e explorar todas as suas potencialidades de expressão.
Aqui, temos um Elvis vertical, esguio como uma garrafa de leite ou um tubo de
algum produto, pronto para ser histericamente vendido, engordando os lucros de
mercado de empresas que querem causar comoção financeira, como um filme cuja
bilheteria arrecada mais do que o dobro do próprio orçamento. Sim, Elvis também
significava dinheiro. Sua camisa semiaberta revela um charme digno de vender
fragrâncias masculinas, conquistadoras como o astro – os homens querem um
pouquinho deste mel, pois, já ouvi dizer, quando alguém torna-se um sucesso,
todo mundo quer um pouco desse sucesso para si, e daí surgem inspirações e até
imitações. Elvis segue sendo uma escola pop para quem quer ter carreira na
área. Aqui, fica clara a necessidade de agressividade de mercado – há muitos
astros maravilhosos competindo pela atenção das massas, como celebridades
lançando fragrâncias sedutoras, uma mais maravilhosa do que a outra. E, nessa
selva mercadológica, quem não tem competência não se estabelece. E Elvis tinha
clara intenção de se destacar e de fazer coisas que pessoa alguma tinha feito
até então – até hoje, Elvis é amplamente imitado por outros artistas. Nesta
obra warholista, as pernas de Elvis estão separadas no formato da Torre Eiffel,
o ponto turístico mais famoso do mundo, o qual gera sonhos em quem quer
conhecê-lo. Elvis é o maior astro do século XX, e gera lendas, como a de que
não morreu quando acham que ele morreu, e que o astro vive misteriosamente por
aí, vagando enigmático, pois o brilho de uma estrela é indecifrável, não
havendo explicações racionais para tamanho estouro de celebridade. Um dos
seguidores de Elvis é Ricky Martin, o qual também seduziu meninas e tietes
incontroláveis. A cultura pop fabrica ídolos que, apesar de aparentemente
densos, são superficiais, na simples intenção de um fabricante de qualquer
produto - vender. Nada mais natural do que Elvis ter sido americano, na nação
mais capitalista do mundo. Elvis era tragado e consumido como um biscoito, e
seu perfume de baunilha tinha apelo incontestável. Hoje, o mundo pop tem muito
a dever a Elvis, um precursor, um visionário, um homem que significou o novo, o
intangível, o grandioso, que tomou o mundo de assalto. Ninguém jamais previra
que Elvis viria ao mundo. Presley conectou mentes em torno da Arte, a missão de
qualquer artista – unir. Aqui, Elvis está como um James Bond, esbanjando charme
e agressividade, atento ao que há em volta. E há uma grande ironia em torno de Warhol,
pois, ao mesmo passo de que este artista trouxe-nos elementos da cultura pop, o
próprio Andy tornou-se um popstar, numa metalinguagem – pop falando de pop.
Acima, Love Rising, ou seja, O Amor
Levanta-se, um acrílico sobre tela com quatro painéis, de Robert Indiana,
de 1968. “O pop é amor, porque aceita tudo”, disse o próprio artista. A palavra
está espelhada nas quatro direções da bússola. As letras são expressivas.
Parece uma mandala, um relógio de ponteiro. As letras são transformadas em
imagem, como se fosse uma folha dobrada em quatro partes. Ao fundo, a escuridão
do universo, e a mensagem de que amor sobrepõe-se à escuridão e traz sentido e
luz ao conjunto. Se a palavra Love
fosse escrita em outras línguas, como japonês, perceber-se-ia apenas o registro
de desenho, de figura, não o registro literário. É como um pequeno poema
dizendo que o amor está nos quatro cantos do mundo, do Ocidente ao Oriente, do
Pólo Norte ao Pólo Sul. É como uma galáxia, cujo centro esconde um segredo, a
vagina genitora. É um alvo, esperando para ser alvejado, ferido, estuprado,
deflorado com prazer e tesão. Se observássemos apenas as letras “o”, não
perceberíamos que são letras; veríamos apenas um desenho simétrico. Aqui, a
simetria é muito explícita, levada radicalmente, e não há um só indício que
poderia abalar a harmonia simétrica, matemática e fria. A palavra-tema deste
quadro é clonada horizontal e verticalmente, como uma explosão atômica,
espalhando destruição em todos os sentidos. Esta é a metáfora deste quadro: desdobrar
um assunto, um tema nas mais variadas formas, obtendo uma análise global e
total. É como uma suástica, só que não fascista, mas amorosa, no clima de paz e
amor da década de 1960 e da década posterior. É como um caleidoscópio mágico,
colorido, etéreo, mostrando os segredos indecifráveis da vida espiritual
pós-morte do corpo físico. É como um labirinto enigmático, e chegar a seu
centro, ao seu âmago, é vital para entendermos o universo, a humanidade, a
existência. Todo o quadro pulsa como uma estrela no céu noturno, gerando mais e
mais brilho incessantemente, coruscando em seus segredos estelares. É uma fonte
eterna de inspiração, fonte tão profunda que o ser humano mal pode entender,
como a vastidão do universo em suas inúmeras galáxias e estrelas, com mais e
mais vida inesgotável, um universo tão vasto e incerto que a Humanidade sequer
nasceu para compreendê-lo. O amor é a única referência universal, pois espaço e
tempo são tão, tão relativos – não há norte ou sul no universo, e as medidas de
tempo da Terra são insignificantes frente ao que rodeia o ser humano. O relógio
que marca o tempo é uma ilusão, que dá sensação (falsa) de organização aos
humanos. O quadro é em preto e branco, cru, prateado como a Era de Ouro de
Hollywood. E as pessoas vão às salas de cinema para apreciar estrelas amadas
por esse público. Qual o segredo do carisma? O que faz uma pessoa ter carisma,
popularidade? Talvez seja o amor, pois só quem ama o mundo é por este
correspondido. O quadro é como uma bica de formiga, eternamente esfomeada,
sempre ávida por mais e mais alimento, como o faminto monstro Laracna de O Senhor dos Anéis. A ambição pelo
sucesso (em Hollywood) é inesgotável, como a cascata de informações no Facebook
– nunca é o suficiente. E, quem ama a vida, ama trabalhar incessantemente,
nunca parando de ter uma vida produtiva, pois o Espiritismo diz que, ao morrer,
a pessoa renasce e segue trabalhando e estudando. E existe algo mais eterno e
universal do que o amor? O amor é uma supernova explodindo de prazer, de
plenitude, de bem estar. Este quadro é como uma cerca metálica com desenhos
ornamentais, protegendo e, ainda assim, embelezando, pois há contraste e, ao
mesmo tempo, harmonia, no enigma existencial: quem sou, de onde venho e para
onde vou? A amor não tem prazo de validade, e não pode ser comprado nem
vendido. O amor é um segredo que nunca é desvendado, pois Deus é o infinito.
Acima, Love Wall, ou seja, Muro do
Amor, colagem, pintura e construção de Peter Blake, de 1961. O coração é
bem claro e expressivo, batendo no peito, gerando vida, pulso, fluidez. O
grande retângulo em branco é um respiro minimalista em meio a tantos elementos
gráficos neste quadro. É como uma bandeira que pede paz mundial, no clamor
hippie por harmonia antiguerra. Um longo retângulo traz forte contraste
cromático e chama a atenção como um importante sinal de trânsito, regendo a
sociedade e impondo ordem, como na frase positivista na bandeira nacional
brasileira Ordem e Progresso. Há a
foto de uma mulher que parece ser Marilyn Monroe. Aliás há muitas, muitas
imagens neste quadro de Blake. Ao redor do coração vermelho, cores pulsantes,
na paixão da Pop Art pela cor, e, acima do coração, números que impõem a
racionalidade fria matemática. A impressão que se tem é a de que Blake não fez
o quadro sozinho, mas obteve a ajuda de várias pessoas, as quais cada uma
colocou uma foto que quis colocar, sendo um mural coletivo, no qual cada um
contribuiu, como numa arrecadação de imposto de renda ou numa arrecadação que
um filme faz nas bilheterias. Abaixo, uma tábua de madeira, do modo como a Pop
Art foi um só tronco com várias ramificação e artistas, e cada um destes deu
seu tom ao movimento, sua contribuição. O conjunto é como se fosse a reunião
dos momentos da vida de uma pessoa, um filme, uma clipagem de vários momentos
importantes na vida de alguém pois, como diz o Espiritismo, a pessoa, ao
morrer, assiste ao filme de sua própria vida, e daí vem a mágica metafórica da
Sétima Arte. Nestas imagens de Blake, vemos muito: um bebê no berço vigiado
pela mãe, um par romântico de Cinema, fotos antigas de namorados, cartões e Dia
dos Namorados, um casal cavalgando. Tudo aqui remete ao amor, de várias formas.
No canto esquerdo superior, um número 2, no sentido de que, numa história de
amor, um é pouco, dois é bom e três é demais. O conjunto é meio mondriânico –
adoro observar influências de Mondrian – com retângulos e quadrados, como
prateleiras cheias de memórias e impressões, momentos marcantes na mente da
pessoa. Aqui temos uma total assimetria, com linhas e ângulos predominantemente
retos. Aqui é tudo muito doce e lúdico, porém complexo e um tanto carregado
(propositalmente). O quadro todo tem vida própria, e pulsa como o coração
rubro, acima do qual há escrita de forma discreta a palavra Love. É tudo muito romântico e
carinhoso, na preservação de memórias e momentos importantes, doces, marcantes.
É um desfile de memórias que pulsam e saem do quadro, como um trem em
movimento, na passagem da vida nos trilhos da existência, existência na qual o amor
é a grande lição. O grande retângulo branco é a consciência limpa e leve que o
amor traz, pois a leveza da vida tem que ser aprendida. O que é amar? É ter
elevação moral, e quem é honesto tem a mente limpa, com as mãos decentemente
lavadas. Amor é o essencial, o válido.
Acima, Rainbow, ou seja, Arco-Íris,
um óleo sobre tela com vidro de 1961, por James Rosenquist. O incisivo garfo
perfura e viola, perfumando. A tinta colorida escorrida é um sangue
multicolorido, tal a paixão de Rosenquist pelas cores. As janelas abertas para
o mundo arejam a casa e deixam o ar puro entrar, como o ar nos pulmões de um
artista inspirado e engajado em produzir o novo. As linhas negras retilíneas
são como raias numa piscina olímpica, com campeões concorrendo pelo pódio,
assim como, no frigir dos ovos, os artistas da Pop Art (e de qualquer outro
movimento artístico) competiram uns com os outros. As tintas escorrendo querem
trazer mais alegria às sérias linhas em preto e branco abaixo da janela verde,
a qual tem essa cor para mostrar a selva de inspiração da Pop Art, uma floresta
cheia de mentes exóticas e inovadoras, libertando a arte da caretice e da
pretensão deselegante. A janela abre-se para o cosmos, e deixa a sensual
fluidez do universo entrar em toda sua sedução agradável. É como se fosse uma
chuva escorrendo a partir de um arco-íris, espalhando seus vestígios festivos
como num grande baile de carnaval. O quadro parece ser uma típica casa de
classe média americana, e as cores querem trazer diversidade e vibração à
seriedade incolor protestante da América. As janelas são como azeitonas verdes
que, espremidas, geram o mais puro azeite extravirgem, o qual escorre em cores
como em um jardim sortido. O arco-íris traz a bonança após o pesadelo da
tempestade, prometendo dias melhores em meio aos segredos da Guerra Fria. As
cores escorrendo, principalmente o amarelo, querem trazer o calor de um raio de
Sol, o qual acalenta e acolhe, do mesmo modo como um artista quer ver pessoas
em suas vernissages e quer ver seus próprios trabalhos sendo vendidos e
reconhecidos; valorizados. As linhas retilíneas no quadro são como linhas em um
caderno, prontas para ser preenchidas com palavras ou, como neste caso, por
cores. James tem o sexy prazer de preencher espaços, num delicioso
desbravamento artístico. Pois a vida é uma folha em branco, e a pessoa decide o
que fazer com esta folha vaga. E o garfo finca fundo na mente do artista para
este dar o mais original de si, contribuindo para a evolução da Humanidade por
meio da Arte, pois esta tem muito poder sobre as mentes humanas. Nesta obra de
JR, as tintas caem de forma vertical em contraste com as linhas negras
horizontais, formando um xadrez, fazendo com que as linhas passem umas pelas
outras, gerando familiarização entre vizinhos, pois uma vizinhança pacífica é o
sonho dos sábios. “O que você quer?” é perguntado a Neo de Matrix, e Neo diz: “Paz”. Este quadro tem uma predominância do
branco, e é como um lar protetor, agradável. O garfo diz que, na vida, é
preciso ter um pouco de agressividade, pois um garfo sem extremidades
pontiagudas não tem utilidade. As cores escorrendo parecem finos caules de
árvores em uma floresta multicolorida, com biodiversidade. As linhas coloridas
não são totalmente retas, mas um tanto curvilíneas, como ramificações de galhos
ou o curso de rios sinuosos. É como veias e artérias que conduzem um sangue
divertido, alegre, numa dinastia colorida, humana, calorosa. O garfo remete ao
prazer da gula e de uma refeição após horas de jejum. O quadro é uma casa
acolhedora, na qual há o prazer em viver, comer, dormir, urinar e defecar. A
vida é repleta de prazeres simples, e Rosenquist aceita a humanidade do ser
humano, aceitando este plenamente, pois quem se aceita é feliz.
Referência
bibliográfica:
OSTERWOLD,
Tilman. Pop Art. Köln: Taschen, 2007
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