quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O Tronco de uma Árvore de Arte



Caxiense de nascença e radicada em Santa Catarina, Flávia Tronca tem uma obra colorida e abstrata, e já pude ver uma mostra dela em Caxias do Sul, numa obra rica em formas geométricas. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!


Acima, Caminho. Um diamante majestosamente lapidado, no modo como a própria pessoa passa por uma lapidação psíquica ao longo da Vida, evoluindo como ser humano e se tornando dona de apuro moral e ético, na pureza das atitudes nobres e desinteressadas. São as arestas sendo aparadas, arredondando quinas e abreviando agressão e desequilíbrio, no próprio termo “polido”, no momento em que o Ser Humano passou a polir pedras de lanças para caça, no sentido de que a Humanidade tem ainda muito o que se polir. Aqui, temos ao centro uma forma estável, uma janela para um dia triste e cinzento, como numa Londres melancólica e pálida, muito longe de terras tropicais ensolaradas, na sedução entre frio e calor; na dança meteorológica entre alta e baixa pressão, fornecendo o Clima ao planeta inteiro, como nas eternas tempestades de mármore líquido de Júpiter. Ao redor deste quadrado monótono, temos toda uma dança, um balé, como um ventilador em atividade, sempre ventilando e nutrindo o Mundo, como na agradável brisa de Salvador. Aqui, os triângulos dourados trazem riqueza, na busca de um artista em enriquecer as percepções do espectador, na tentativa de diálogo que é a Arte – de Ser Humano para Ser Humano, no modo como a Arte nos faz seres sofisticados e pensantes, sábios em ponderação. Vemos um único triângulo negro, misterioso e fechado, na inevitável imprevisibilidade existencial, no mistério do que as esquinas da Vida reservam ao indivíduo, como num divertido filme de Terror, em que o espectador é pego de surpresa, e é exatamente aí que está a graça: teria filme de Terror mais enfadonho, chato e monótono se soubéssemos o que iria acontecer a cada momento? Como no divertido episódio em que Mr. Bean vai assistir a um filme do gênero, sendo pego de surpresa o tempo todo! Aqui, temos trabalho e ventilação, numa casa agradável e arejada, como numa cabeça arejada e sem preconceitos, um privilégio para poucos, pois o Ser Humano é, em geral, curto, cruel e preconceituoso, e muitas pessoas jovens já estão com a cabeça toda carcomida de teias de aranha preconceituosas. Temos algumas formas discretas em marrom, na cor da morte de folhas de árvores, como na beleza melancólica outonal, em que as árvores morrem para depois renascer, como no milagre da Ressurreição de Cristo, quando a capa de carne é deixada para trás e a pessoa se vê livre para ascender a uma dimensão mais depurada, polida, sem as arestas de espinhos de roseiras na Terra. Lagarta que vira borboleta. A Arte é o artista ressuscitando por meio da própria obra, permanecendo vivo para sempre em sua própria obra deixada no Mundo. São como lajotas de pisos, suportando a demanda do dia a dia, sendo sempre pisoteado pelo vaivém, como na contradição da Calçada da Fama de Hollywood: ao mesmo passo em que as estrelas estão apolineamente eternizadas nas calçadas, essas mesmas estrelas são pisoteadas todos os dias, ou seja, há ascensão e queda, a dobradinha inevitável da Arrogância, e os orgulhos mundanos nascem e morrem todos os dias na Terra, sendo esta a escola que trata de nos fazer humildes. Nesta obra, a liquidiscência fica por conta desta dança em ciclo, mas, em geral, é um quadro de linhas tensas e truncadas, na metáfora da Internet: linhas nos interligam no Globo todo, numa revolução tecnológica na Velocidade da Luz – será que alguém no passado teria previsto a Internet? Vemos também formas em um azul cinzento e discreto, numa obra que busca ter uma certa discrição e, ao mesmo tempo, aparecer ao público. Este diamante de Flávia brilha intensamente, como o Taoismo prega: Se você for humilde e pés no chão, brilhará como um diamante. Só há um caminho, e o resto gira em torno, na unidade do Universo. Simples, não?


Acima, Composição I. As formas arredondadas do Congresso em Brasília, no nervo das decisões sobre o País, nas decisões que um artista toma para produzir: O que faz um artista fazer isto ou aquilo? Podemos ouvir o agradável som de Bossa Nova, na Identidade Brasileira, numa artista que deixou para traz a Serra Gaúcha e abraçou a sensualidade das praias da Ilha de Florianópolis, em praias sedutoras, de beleza extrema. É a beleza da obra de Flávia Tronca. Se Flávia fosse estilista de Moda, certamente lançaria mão de estampas e texturas, formas muito claras de ser observadas aqui. Neste quadro, temos uma dança entre reto e tortuoso, como se a fluidez feminina das formas aquáticas quisessem seduzir a retilinidade sisuda das formas masculinas, como na seriedade de um homem em seu escritório em pleno horário de trabalho. Aqui, temos um claro movimento, como veículos passando em alta velocidade por uma via larga e atribulada, nas demandas corriqueiras de grandes centros urbanos. Estas formas arredondadas são como o símbolo de Yin e Yang, no mistério das forças que nos regem na Terra, na enigmática Divina Providência: Por que isto ou aquilo está acontecendo em minha vida? O que faço para merecer algo? As linhas em tom de rosa trazem um certo glamour feminino, num delicioso perfume Chanel, no ícone supremo de feminilidade que foi Marilyn Monroe, a qual dormia nua, apenas com algumas gotas da fragrância: Monroe soube se vender bem, muito bem. E este é o sonho de qualquer artista: Ser reconhecido e cair nas graças de público e crítica. Mas, ao mesmo passo, o artista não quer ser óbvio, nem virar um escravo das expectativas alheias. É como um girino nadando num rio, no início da Vida, procurando um espaço no Mundo e tentando compreender o mesmo, no modo como à criança é impossível ter uma percepção adulta e madura, havendo inocência na Juventude. O artista vai amadurecendo na própria obra. São ocas indígenas, e no centro de cada uma há o fogo, o Sol rei, Tao, o centro de tudo, de todo o Universo, no mistério do Vazio que rege o Cosmos, e a fumaça sobe reta por um orifício ao alto, e a comunidade se reúne ao redor deste astro regente, felizes em comunhão, pois a função da Arte é integrar as pessoas em torno da mesma obra, como um filme sucesso de bilheteria, com espectadores compartilhando o gosto por tal peça de Arte, como me divirto em grupos de Chaves e Chapolin no Facebook, pois lá me encontrei com pessoas com as quais compartilho um gosto, uma preferência. É o conforto de viver em família. Neste quadro, algo passou rápido. Passou tão rápido que sequer podemos ver o que passou. É o Tao invisível. Podemos ouvir aquele som de moto que passa por uma via em alta velocidade, acordando-nos durante a noite, na função da Arte em acordar o indivíduo para percepções sensíveis, causando comoção como um grande filme blockbuster, como nos dinossauros de Spielberg. Estas formas são como cicatrizes, vestígios de algo que aconteceu, no desejo de deixar marcas no Mundo, deixar legados, pedindo que um artista não seja esquecido. Aqui, as formas redondas fluem em derretimento, mesmo em meio a delgados retângulos. É como um produto sendo registrado no leitor de código de barras em supermercado. É como um código de barras, trazendo identificação. Aqui, há trânsito, pessoas indo e vindo, cuidando de suas vidas, no modo como a pessoa tem que evitar o Preciosismo e ter uma atitude de vida mais pragmática, mais prática, mais day by day. O Preciosismo é pernóstico, inútil e fútil. Além de uma oca, temos outra oca ao fundo, como em outra tribo, outro estado, na função diplomática de primar pela Paz entre vizinhos, numa relação delicada, que tem que ser conduzida com extremo cuidado e cautela, como se o diplomata temesse perturbar a placidez de um lago. E um atelier se enche de Paz, num clima produtivo e calmo. Feliz daquele que encontra Harmonia, relacionando-se com o Mundo ao seu redor.


Acima, Contemporânea com Acrílico. Temos aqui uma perspectiva, no modo como foi revolucionária a perspectiva renascentista, abrindo novos ares, como na revolução artística de Aquenáton. É um quarto vazio, sem móvel algum, esperando para ser preenchido e habitado, na sensualidade de lugares vazios, no prazer de se visitar apartamentos desocupados, imaginando lugares para os móveis e os eletrodomésticos. É o poder gravitacional do vazio, do vácuo, atraindo tudo e todos para si, num implacável buraco negro, numa força atraente poderosíssima. Podemos ouvir o eco dos passos de quem visita o cômodo, num lugar impecavelmente limpo, atraindo, seduzindo. Quase ao centro vemos um quadrado texturizado, como cimento trabalhado, como impressões digitais, no modo como o artista coloca as próprias “digitais” em tudo o que faz, pois o artista é puro e age inocentemente. Desse modo, não é elegante atacar um artista. É um quadro um tanto sombrio, com cores que carregam muito ou algum preto, talvez numa escuridão catarseada, colocada para fora. Na sedução de uma sala de estar um tanto sombria, com uma luminosidade suave e discreta, numa luz que procura não ferir os olhos das visitas. A obra é a sala de estar do artista, e este nos convida a entrar, sentar e conversar, numa eterna troca entre percepções, pois cada um vê o que quiser ver. O piso é de uma madeira nobre, impecavelmente lustrado e perfumado, numa casa arrumada para receber visitas. É como um beijo, uma interação. Há uma contradição inevitável: vemos aqui uma profundidade ou vemos aqui uma protuberância? Não sabemos ao certo, e esta indefinição é divertida, nas Leis da Dialética: tudo traz em si a própria contradição, com artistas que entenderam isso muito bem, como MC Escher, já amplamente analisado neste mesmo blog – dê aqui a busca na palavra “mago”. É um quadro que pode ser colocando em qualquer posição. Esta interação entre quadrados e retângulos traz um pouco de Mondrian, mas as linhas oblíquas negam isso. É um quebracabeça, e cada uma das formas aqui trazem uma semente que as faz uma família, como num grupo coeso, ou num time, em que cada agente tem seu papel, no modo como o Esporte nos ensina a trabalhar em grupo, em equipe. A grande parede negra é um luto, uma discrição, no modo como a pessoa tem que se resguardar consideravelmente, mas, ao mesmo tempo, relacionar-se com o Mundo. Quem “pintou” as paredes deste quarto foi criativo, fazendo com que diferentes cores pudessem entrar em harmonia no conjunto. A forma mais clara aqui é o retângulo de um cinza suave, talvez uma janela que dá vista a um dia cinzento e incerto, talvez sonhando com dias melhores, mais claros, em que a certeza apareça e traga algum alento a existências tão enigmáticas: Quem sou eu? Aqui, o sensual está no vazio, e se essa sensualidade quiser ser mantida e preservada, só pode ser colocado nesta sala o que é estritamente necessário, sem lugar para futilidades, sempre se atentando ao essencial perfumado, que é Tao – quando você precisa tomar uma atitude, faça somente o necessário. Esta sala está limpinha, sem um fiapo de pó, na limpeza do pensamento racional e matemático, na beleza fria de uma Galadriel de Tolkien, a qual, apesar de gelada, cura. É um remédio amargo que traz doces resultados. Portanto, não devemos reclamar de remédios amargos, pois as crises são positivas. Entre nesta sala e descubra o essencial. Liberte-se das sujeiras inúteis. Atente-se à Vida e não às coisas. Há ar circulando pela cena, num lugar que vive, como nos encantadores canteiros de flores de Nova Petrópolis. Apesar de as “flores” aqui não terem todas as cores do arco-íris, elas trazem harmonia, de um modo diferente, que não deve ser rechaçado, como dedos de uma mesma mão. É o discreto tom de concreto, sempre forte, sempre sustentando, num duelo entre preto e branco, num dia cinzento, que exige posicionamento. E a textura aqui traz uma dança de elementos, num baile que, além de sisudo, é também divertido, de uma forma adulta, de uma forma não óbvia.


Acima, Férias 248. É claro que temos aqui uma alegria carnavalesca, em doces férias de Verão, no sentimento melancólico de fim de férias, quando o descanso acaba e a Vida tem que ser encarada e retomada, na metáfora do circo levantando a lona e indo embora: por mais belo que seja, o circo uma hora vai embora. São os necessários momentos de diversão, pois a Vida não é só labor, como dizem os espíritas: na Dimensão Metafísica, há trabalho e diversão para todos. É como um cristal desdobrando inúmeras cores, um cristal muito fino, digno de salões luxuosos, e as cores se mostram em toda sua variedade e diversidade, como na logomarca de uma recente edição da Festa da Uva de Caxias, logomarca esta que era um cacho de uvas com cada uvinha de uma cor diferente, celebrando a diversidade, quaisquer diversidades: religiosa, sexual, étnica, cultural, política etc. Há aqui uma verdadeira dança, com linhas retas e tortas bailando no mesmo salão, na mesma pista de dança, como luzes vibrantes de boates, num momento de celebração da Vida, da vontade de viver, no prazer de dançar até suar. Temos uma FT que se esforça para trazer o máximo possível de cores. Há algumas formas em branco, que é a cor da limpeza, da clareza, na cor de jalecos de médicos, como no recente falecimento de um jovem médico, que foi sepultado de jaleco. Neste quadro há um pouco de preto, mas bem pouco, que são os vestígios do dia, pois festas iniciam, festas acabam, e a pista de dança fica tomada de sujeira, numa demanda festiva, e a vassoura tem que ser pega e tem que varrer o chão, pois, quando se acorda no dia seguinte, é Vida que segue. Vemos muitas formas arredondadas, como confetes coloridos sendo jogado entre foliões, num momento de euforia esfuziante, no fervo da Juventude, como dizia uma pessoa que morava perto de um point de jovens boêmios em Porto Alegre. Vemos aqui muito azul, na cor de um céu aberto, numa alma aberta e receptiva, que não tem medo de se abrir ao Mundo, relacionando-se com as pessoas, trocando ideias e energias, amando a Vida em Sociedade e, via de regra, consequentemente, sendo uma alma amada pelo Mundo. Amar é cuidar; é ter amor de mãe em relação ao próprio trabalho, e uma obra é como um filho, num artista que, quando dá ou vende uma de suas obras, fica uma sensação de vazio, como me disse minha avó quando um dos filhos desta casou e saiu de casa: minha avó disse que ficou com a sensação de ter um braço desta mesma avó levado embora. Aqui, é uma explosão de supernova, como a panela estourando na vinheta do programa de culinária Bela Cozinha. É um artista estourando e sendo reconhecido, valorizado, compreendido, numa explosão atômica, arrastando o Mundo consigo, causando comoção. É uma Caixa de Pandora sendo aberta, numa explosão de cores, numa catarse, com coisas sendo expelidas, purificando a alma do artista, na sensação de alívio e descarrego com um artista “faz cocô” em cima do Mundo, mostrando o dedo do meio para o Universo. É como a sensação de se apaixonar, com um coração explodindo de alegria, como se estivesse explodindo estrelas pelos quatro cantos do Cosmos, na sensação gloriosa de encontrar alguém que tenha Amor no coração, pois, realmente, sem Amor, nada se faz. É um quadro louco, de uma loucura irreverente e implacável, impondo-se sobre a Racionalidade sisuda, pedindo licença para uma celebração com músicas deliciosas sendo tocadas, com corações de boêmios pulsando com o ritmo da música Disco. É uma Biodiversidade, como um leque farto de Fauna e Flora, numa riqueza orgânica, num planetinha tão pequeno, tão remoto, e, ainda assim, tão rico em diversidade. É a eterna e imensurável mente de Tao, a força criadora, criando do Nada, do vazio de um copo, um copo pronto para servir ao Mundo, abrigando água para ser bebida. É uma numerosa família, na qual cada membro tem sua personalidade, sua identidade, na Grande Família Intergaláctica que somos, com muitos, muitos irmãos que nos amam. Há um Tao; apenas um.


Acima, Pigmento Metálico. Uma quadra de tênis, num ambiente absolutamente desprovido de glamour, na simplicidade do pensamento racional, com regras claras em um jogo, num lugar onde não há “ai” nem “ui”. Temos aqui elegantes tons marinhos, num tom sobre tom, tudo puxando para o azul, num azul de mar e de céu. As listras brancas trazem elegância, e são o pensamento de forma direta, clara, com regras expressas de forma terrivelmente clara, nunca deixando espaço para dúvidas, na fria exatidão matemática – ou você erra, ou acerta. Podemos ouvir o som da bola sendo jogada de um lado para o outro, e o esforço dos tenistas, esforçando-se ao máximo para vencer, para obter a tão doce e desejada vitória, num mundo competitivo, onde há pouco para muitos, no sentido da agressividade como método para jamais subestimar o oponente. É a dedicação quase neurótica, numa Maria Callas que se esforçou ao máximo em nome da carreira, ou como num Guga Kuerten, que se esforçou tanto que teve que passar por procedimento cirúrgico. Como no termo divertido “Agora eu se consagro”, satirizando jogadores de futebol que querem virar estrelas em campo. É a obsessão humana em virar deuses, imitando ao máximo os espíritos perfeitos e depurados, os arcanjos, que gozam da felicidade suprema. É uma caminhada evolutiva, num caminho vasto, bem vasto. O artista tem que se esforçar para ser criativo, para nunca entediar o espectador, numa Madonna que teve um momento áureo em um álbum, trabalho no qual a diva tratou de ser inventiva, e não tão agressiva, numa ironia: mostrar o dedo do meio do Mundo é rechaçar expectativas, de modo que Madonna mostrou o dedo do meio ao Mundo sem fazê-lo de forma óbvia. Curva-te e reinarás, ou seja, mostre sem mostrar. Temos aqui uma água deliciosa, no conforto intrauterino, a Casa Primordial, na sensação deliciosa de uma Experiência Extracorporal, as EECs. As linhas aqui promovem divisões, setorizações, numa vida organizada, compartimentada, numa casa em que cada objeto tem um lugar próprio. É a sedução de um mar caribenho, no nome “Blue Seduction” de Antonio Banderas, uma fragrância. Como vi certa vez na Rua uma senhora muito elegante, pois cada peça de sua roupa e cada joia era de um tom diferente de azul – há beleza na harmonia, na Paz, e só feiúra na raiva. Quando há calmaria, nada pode quebrar o silêncio harmônico. Temos aqui mares plácidos, regidos por uma força amorosa, no modo como Gandalf disse que, na vida pós morte, praias de brancas areias nos esperam, em lugares de fazer inveja a qualquer lugar da Dimensão Física. Há aqui uma tentativa de simetria em um mar não tão simétrico, na continuidade que existe entre rigidez e fluidez, órgãos do mesmo corpo, no modo como a Psicologia prega que cada pessoa tem que partir em busca de seu próprio oposto – mas este oposto é dentro, e não fora da pessoa; não é em outra pessoa. É o autoencontro, uma espécie de casamento consigo mesmo. Estas linhas organizam o Tempo entre antes e depois, no modo humano de contar o tempo de forma linear, com antes e depois de Cristo, pois Jesus é a linha divisória mais poderosa da História da Humanidade. Jesus reorganizou o Universo, pregando que não existem deuses, mas irmãos, como numa família, em que os filhos estão em etapas diferentes de maturação, numa inevitável hierarquia, mas não uma hierarquia dura e cruel, mas uma hierarquia cheia de Amor, irresistível, com ordens sendo dadas com muito Amor. Infelizmente, o Ser Humano vê a hierarquia de forma violenta, numa imposição bélica. E isto não é Tao – o Ódio é um capricho humano, e não uma invenção de Deus. Há uma sedução na combinação cromática entre branco e azul, numa FT que nos traz ao interior da mente da artista, convidando a uma comunhão, e comungar é o dever da Arte, sendo esta uma linha que liga seres humanos. As linhas fazem uma dança de sedução entre fino e grosso, entre sutil e enérgico, num pai que, apesar de firme, tem carinho pelos filhos. Quando dizemos que algo é grosso, é porque sabemos o oposto, que é fino, num ambiente de discernimento.

Referência bibliográfica:
Flávia Tronca. Disponível em <www.artequadros.grupodemsalvador.com.br>. Acesso 3 out. 2018.

Um comentário:

  1. Caro amigo Gonçalo, fico feliz pela sua análise e critica apuradas sobre algumas obras que realizei. Deixo aqui o meu convite para visitar o ateliê. Um grande abraço carinhoso de sua amiga Flávia Tronca.

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